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Paulo Agroverde cobra arbitragem honesta e menos violência no futebol de MT
O Sindicato dos Árbitros de Futebol de Mato Grosso (Sindamat) publicou nesta terça-feira (16/3) uma nota que condena a violência que estaria acontecendo contra os profissionais da arbitragem que atuam no Campeonato Mato-grossense de Futebol. Principalmente, na rodada do último fim de semana.
“Algumas pessoas resolveram estragar (...) o bom futebol, sendo responsáveis por lamentáveis imagens e noticiários desagradáveis por atos de violência, vandalismo, coação e pressão da arbitragem, desrespeito total as leis do desporto, desrespeito maior ainda com o torcedor que leva sua família ao estádio para torcer”, diz o comunicado.
A entidade diz ainda que repudia “atitudes lamentáveis acontecidas no fim de semana”, onde dirigentes e funcionários dos clubes (...) teriam agredido árbitros das partidas, citando especialmente os confrontos de Sinop x Operário e Luverdense x Sorriso.
Para o presidente do Sorriso Esporte Clube, Paulo Freitas, mais conhecido como Paulo Agroverde, o desabafo do Sindamat condiz, em parte, com a realidade em campo. “Concordo que há excessos contra os árbitros em alguns casos. E isso não pode acontecer. A violência não pode acontecer em campo. Mas a culpa por tudo isso é da Federação Mato-grossense de Futebol [FMF], que mantém em seu quadro árbitros fracos, sem pulso e coniventes”, aponta.
Para ele, toda essa falta de comando no futebol de Mato Grosso desmotiva, principalmente, os clubes que investem no futebol de qualidade e tratam com respeito os membros da Federação. “O Sorriso, por exemplo, trata muito bem a arbitragem, mas acaba sendo sempre prejudicado”, disse. “Enquanto isso, os times que pressionam são beneficiados com pênaltis a favor, faltas e cartões duvidosos”, lamenta.
O dirigente cita como exemplo a partida deste domingo (14/3), em Lucas do Rio Verde, onde o árbitro sofreu uma forte pressão no fim do primeiro tempo, inclusive com empurrões, por membros da diretoria do Luverdense. “O comportamento do juiz ficou totalmente favorável ao Luverdense. Apitou um pênalti contra o Sorriso que não existiu, expulsou nossos jogadores e apitou faltas duvidosas que prejudicaram o nosso time, que acabou perdendo por 1 a 0”, aponta Paulo
O dirigente lembra que o árbitro ainda encerrou o jogo três minutos antes do acréscimo definido por ele mesmo. “Essas coações dos times contra a arbitragem estão dando certo para os nossos adversários e contra o Luverdense isso ocorreu de forma gritante. E o Sorriso foi vergonhosamente prejudicado”, afirma.
O presidente do Sorriso cita as partidas contra Cacerense (em Cáceres) e Operário (em Campo Verde) e Luverdense (em Sorriso e em Lucas do Rio Verde) como exemplos onde a arbitragem foi claramente favorável às equipes adversárias. “Temos imagens em vídeo para provar isso”, destaca. “Os árbitros estão conseguindo transformar o trabalho árduo da diretoria, da comissão técnica e dos jogadores do Sorriso em derrotas que podem custar a nossa classificação para a próxima fase do Estadual”.
Sem futebol
Se o caos no futebol de Mato Grosso continuar, aponta Paulo, empresários e futebolistas do interior deverão parar de promover investimentos no esporte, que exige grandes recursos para contratações, infra-estrutura e manutenção do clube no Mato-grossense. “É muito dinheiro, muito treino e muito suor para serem desperdiçados em um único jogo por pessoas inexperientes e mal intencionadas”, afirma.
Destaca ainda que a diretoria do Sorriso Esporte Clube vai se manifestar de forma vigorosa na Federação Mato-grossense de Futebol (FMF) contra o comportamento duvidoso da arbitragem. Para o dirigente do Sorriso, o torcedor vai ao estádio para assistir um confronto bonito e leal entre as equipes. “Mas os árbitros impedem que os atletas possam mostrar todo o seu potencial em campo”, reclama.
Ainda na nota, o presidente do Sindicato dos Árbitros, Edilson Ramos da Mata, diz que “os árbitros são verdadeiros heróis”, suportando pressão de todos os lados, perigos nas estradas e cansaço. “E ainda tem que trabalhar no dia seguinte, defendendo o verdadeiro ganha pão da família”, acrescenta.
Paulo Fretas rebate esse comentário e afirma que atletas e integrantes dos clubes de futebol também enfrentam as mesmas dificuldades, além da fragilidade do quadro de arbitragem que atua no Estadual. “Estamos cansados de ver arbitragens vergonhosas e que dão vontade de pegar o time e largar a partida do meio”, desabafa. “Situações grotescas estão acontecendo contra o Sorriso, cartões inexistentes, pênaltis injustos marcados e faltas duvidosas apenas para beneficiar a equipe adversária”.
Punição
Segundo o dirigente, para a arbitragem mato-grossense não vale a frase "a regra é clara", de Arnaldo César Coelho, um dos melhores árbitros de futebol de todos os tempos e que apitou a final da Copa do Mundo de 1982. “Em Mato Grosso estamos às escuras no futebol. Só nos resta perguntar se essa arbitragem é de péssima qualidade ao ponto de errar em momentos onde até um juiz de pelada não erraria ou se estão sofrendo alguma ‘pressão’ ao ponto de serem tendenciosos e cometerem erros infantis, grotescos e amadores”, questiona Paulo.
No entanto, Paulo aponta apenas a FMF como a grande responsável por toda essa polêmica. “Gostaria de ver o presidente da Federação Mato-grossense de Futebol, Carlos Orione, chamando a imprensa para defender os times contra essa arbitragem fraca e tendenciosa e punir os clubes que apelam para a violência”, cobra o presidente do Sorriso. “A Federação deve interditar os estádios onde acontecem as agressões contra a arbitragem e contra atletas adversários. Inverter o mando de campo é uma solução”, exige.
Para ele, o Luverdense deveria ser penalizado de forma dura e exemplar devido às agressões cometidas por membros da sua diretoria contra o árbitro Marcelo Santos. “Isso beira à incoerência e à bandidagem. A violência não se justifica. Tem que tirar o mando de campo do Luverdense. Seria uma maneira de penalizar essas diretorias que pressionam o trio de arbitragem contra os times que jogam o futebol com honestidade”, sugere. “Esse tipo de punição, com certeza, inibiria as pressões desonestas e os dirigentes mal intencionados passariam a ter receio em achacar o árbitro”, comenta.
Reação
No entanto, Paulo entende que se a FMF não tomar providências enérgicas contra dirigentes e árbitros coniventes com irregularidades, não há outra opção para os demais clubes senão partir para o mesmo tipo de ação. “Caso as autoridades do nosso futebol não adotem medidas rigorosas, seremos obrigados a partir para atitudes menos pacíficas”, promete o dirigente do Sorriso. “Ou a Federação assume o seu papel de comando ou vamos partir para a pressão também”, finaliza.
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Sérgio Édison - Assessoria
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