Como foi trabalhar no Luverdense?
Fui pego de surpresa pelo presidente Helmute... Trabalhar em Lucas do Rio Verde foi uma oportunidade, um grande desafio. Eu gosto de desafio!
Treinar o Luverdense foi uma ótima oportunidade, tive muitas alegrias e meu trabalho junto com o presidente foi respeitado. Começamos do zero. Houve uma pré-temporada para parte técnica e física. Passamos da primeira fase da Copa Governador e na segunda fase, o Cacerense vindo como atual campeão, o Jaciara disputando Série C e o Operário vindo da primeira fase invicto. Parecia difícil. Na segunda fase passamos por todos eles e vivos que poderíamos jogar de igual para igual a final. Chegando a final estudei o Cacerense, vi algumas falhas e tentei moldar minha equipe para isolar algumas peças do adversário. Tinha jogadores de qualidade, mas o conjunto prevaleceu. Na minha equipe ninguém era melhor do que ninguém. Eu tinha peças jogando e peças de reposição, todos foram importantes.
O empate na primeira partida da final em Cáceres fui muito importante e a final em Lucas foi inesquecível.
E no Operário?Trabalhei no Operário já com o campeonato Estadual em andamento e tirei o time da repescagem. Com o Luverdense meu ciclo começou e acabou em 2007. Fui contratado para ser campeão e cumpri meu dever. Hoje estou satisfeito pelo que fiz em 2007. Agora estou sem clube, mas acredito começar outro ciclo logo. Tinha que deixar o Luverdense para outros e seguir meu caminho com outro objetivo, um novo clube será bem-vindo em 2008.
Com quem divide o trabalho bem sucedido em 2007?
O sucesso é de todos que participaram do trabalho: a cozinheira, o pegador de bolas nos treinos, jogadores, comissão técnica até o Presidente do clube. Todos que participaram diretamente e indiretamente.
Mas um ponto fundamental foi o torcedor de Lucas. Os torcedores tinham fama de serem frios e não foi isso que aconteceu. O torcedor do Luverdense apoiou a equipe em todos os jogos. Não perdemos nenhuma em casa e o torcedor foi sim o 12º jogador.
Qual a maior alegria?
Sempre a última conquista é a maior alegria. Ser campeão da Copa Governador. Estou muito feliz.
Maior decepção?A falta de respeito. No futebol brasileiro as agressões verbais e físicas são lamentáveis. Espero que a conduta dos times europeus com muito respeito seja em breve absorvida pelas pessoas ligadas ao futebol brasileiro. Tento sempre impor respeito com meus atletas, respeito todos que trabalham comigo e gosto de ser respeitado.
Defina o futebol de Mato Grosso?Como atletA, nunca vivenciei bastidores. Vivia dentro das quatro linhas.
Como técnico vejo que os bastidores do futebol mato-grossense têm dirigentes que querem se alto promover. Dirigentes escalando equipes, fazendo preleção e dando entrevistas em exagero. Atletas e comissão técnica são estrelas. Os dirigentes são peças fundamentais, mais quanto menos aparecem melhor.
Qual a principal característica de Mosca?Profissionalismo. Vivo 24 horas para o clube. Dedico-me ao máximo ao clube. Não me importo em ficar 4 meses distante da minha família para me dedicar como técnico como fiquei em Lucas. Tive saudade da minha esposa, mas sabia que naquele instante minha presença no grupo de jogadores era fundamental. É meu ganha pão, preciso fazer de tudo quando tenho um objetivo. Mas hoje estou com minha família, isso é ótimo.
O que você acha dos técnicos de Mato Grosso?
Eu acho que existem poucos técnicos. O que existe aqui são falsos técnicos. Pessoas ligadas ao futebol e que não precisam do salário de técnico. Empresários e funcionários públicos que se oferecem para trabalhar como técnico, não valorizando a classe. Trabalham por qualquer salário, é claro não precisam dele. Ocupam o espaço de profissionais da área e desmoralizam a classe do treinador de futebol. Os falsos técnicos "quebram galho", mas quem quebra galho é macaco. "Os dirigentes precisam ver que técnico é técnico e quem gosta de futebol tem que ficar na arquibancada".
Acha que seu trabalho foi reconhecido?Com certeza... Deus me abençoou. Hoje eu sou reconhecido. Pelo meu trabalho, meus títulos. Isso eu devo a Deus e a minha família. Tive o dom de ser jogador de futebol e agora como técnico estou tendo as mesmas alegrias. Agradeço a impressa os torcedores. Não fujo de minhas responsabilidades eu assumo todos os meus erros e acertos.
Você já treinou os maiores clubes de Mato Grosso e agora?
Já treinei: Diamantino, Palmeiras de Barra do Bugres, União, Operário, Mixto e Luverdense. Meu objetivo é trabalhar sempre em clubes de ponta. Talvez fosse o momento de trabalhar com um empresário, nunca tive um empresário para levar meu nome para outros clubes. Gostaria de treinar clubes em outros Estados. Os times de ponta como, Mixto e Operário sempre estão em meus planos.
Campeão da Copa Governador em 2005, Campeão Estadual em 2006 por mérito e 2007 Campeão da Copa Governador. O que falta?
Sempre quero mais... Conquistas como atleta tive muitas e como técnico quero sempre mais. O espírito de conquista está em mim. Quero sempre buscar vitórias para chegar aos títulos. Agora penso em 2008.
O Mosca técnico quer ter o mesmo sucesso que o jogador?
Como atleta trabalhei em clubes de expressão. Quem me conheceu no Corinthians, Ponte Preta, Vila Nova e Figueirense só se lembram de mim como atleta. O jogador Mosca teve muito sucesso. O técnico Mosca ainda tem que trabalhar muito para chagar ao sucesso do jogador.
Palavras finais de MoscaO jogador fica nas quatro linhas, o técnico fica na área técnica. Os títulos, as vitórias e tudo que conquistei dentro do futebol queriam que fosse sempre reconhecido para o cidadão, Carlos Henrique Pedroso. Sou um cidadão de bem, acredito em Deus e agradeço a todos que torcem por mim. A minha conduta sempre será de respeito e dignidade. Eu não precisei freqüentar sala de aula para aprender jogar futebol. Deus me deu o dom de Chutar, cabecear e ser um atleta completo. Deus queria de mim apenas uma coisa, o exemplo, sempre humilde e simples, mesmo saindo em jornais e revistas no Brasil todo.
Acho que as pessoas abençoadas por Deus de alguma forma têm que sempre agradecer. Às vezes temos coisas que não damos valor e não olhamos o quanto somos abençoados. Deus quando nos da algo, quer apenas que trilhamos um caminho de paz, harmonia e sejamos homens de principio. Quero sempre ser um exemplo de homem bom para minha esposa, minhas filhas e meus netos.
Fonte: Apito Final.